Segundo Pedro Duarte Guimarães, a agricultura ocupa papel central na economia brasileira, sendo responsável por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e por expressiva parcela das exportações nacionais. No entanto, apesar de sua importância estratégica, o setor rural enfrenta atualmente uma grave crise de inadimplência no campo. O aumento das taxas de juros domésticas provocou uma onda de endividamento entre produtores, resultando em um número crescente de Recuperações Judiciais (RJs).
É preciso agir com rapidez e planejamento para evitar que essa situação comprometa a sustentabilidade de milhares de empreendimentos agrícolas no país. É necessário repensar o modelo de financiamento do agro, buscando soluções de longo prazo e medidas emergenciais de alívio. Leia mais no artigo a seguir:
Desafios da inadimplência no campo: o impacto das taxas de juros no crédito rural
As sucessivas altas da taxa Selic, adotadas como estratégia de combate à inflação, tornaram o crédito rural mais caro e restrito. Linhas de financiamento antes acessíveis passaram a exigir garantias mais rígidas e apresentaram aumento nos encargos, o que reduziu a capacidade de contratação por parte dos produtores. Como aponta Pedro Duarte Guimarães, esse cenário atingiu de forma mais severa os agricultores das regiões menos desenvolvidas, onde a dependência de financiamento externo é maior.

A consequência direta dessa combinação de fatores é o crescimento das insolvências e dos pedidos de Recuperação Judicial, medida jurídica que visa permitir a renegociação de dívidas e a continuidade das atividades produtivas. No entanto, embora represente um instrumento legítimo de reestruturação, a RJ também é um indicativo de fragilidade estrutural, e seu uso disseminado acende um alerta sobre a sustentabilidade financeira do setor como um todo. É preciso agir antes que a crise se torne sistêmica.
Medidas emergenciais e políticas públicas de alívio
Entre as soluções mais imediatas para conter a inadimplência rural, está a criação de programas de renegociação de dívidas com taxas diferenciadas, prazos estendidos e garantias compatíveis com a realidade do produtor. Além disso, a suspensão temporária de execuções fiscais e a ampliação do prazo para pagamento de financiamentos existentes podem oferecer o fôlego necessário para que o produtor reorganize seu fluxo de caixa.
Outra estratégia eficaz consiste em oferecer subsídios ou equalizações de taxas de juros em linhas específicas voltadas a regiões, ou culturas mais impactadas pelas adversidades econômicas e climáticas. É igualmente importante garantir o acesso à assistência técnica e à educação financeira, ajudando os produtores a identificar oportunidades de melhoria na gestão e a tomar decisões sustentáveis no longo prazo. Assim como frisa Pedro Duarte Guimarães, políticas de apoio devem englobar todo o ecossistema que cerca o agricultor.
Inovação, tecnologia e diversificação como caminhos para o futuro
A médio e longo prazo, conter a inadimplência no campo passa também por incentivar a adoção de tecnologias que aumentem a produtividade e reduzam os custos operacionais. Conforme informa Pedro Duarte Guimarães, investimentos em inovação devem ser acompanhados de políticas de fomento à diversificação das atividades no campo, para reduzir a dependência de uma única cultura ou ciclo de produção.
Além disso, fomentar a formalização de cadeias produtivas e a integração com programas de compra institucional pode garantir mais estabilidade de receita ao produtor rural. O fortalecimento das cooperativas, a valorização da produção local e a inclusão financeira via plataformas digitais são elementos que contribuem para uma base mais sólida e menos vulnerável à inadimplência.
Em síntese, a inadimplência no setor agrícola é um problema real e crescente, alimentado por uma conjuntura econômica desafiadora e por vulnerabilidades históricas da produção rural. A experiência de instituições como a Caixa Econômica Federal, especialmente sob a liderança de Pedro Duarte Guimarães, mostra que é possível implementar operações de grande escala com agilidade e impacto social positivo. O futuro do agro brasileiro depende de um novo ciclo de crédito rural: mais justo, mais inteligente e mais acessível.
Autor: Laimyra Isarrel